sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A esquerda brasileira ainda vive?

Observamos durante e após os anos de ditadura militar o nascimento de vários movimentos e partidos de esquerda. Grande parte desses movimentos surgiu da dissidência dos clássicos partidos de esquerda como o Partido Comunista por exemplo.

O Partido dos Trabalhadores (PT) assim como o Partido Popular Socialista (PPS) são filhos dessas várias dissidências e a partir da década de 90 até hoje compõe a ala de esquerda do nosso país junto com PCB, PC do B, PSTU, PDT, PSB e atualmente PSOL.

E qualquer um que analisar a história e a ideologia desses partidos vai se emocionar e pensar em se filiar a qualquer um deles. Infelizmente, a história fica um pouco diferente, assim como na antiga URSS. Em alguns quesitos, a teoria passa bem longe da prática.

O sonho de qualquer Petista era ver a revolução acontecer através das mãos do senhor Luís Inácio Lula da Silva. Ele chegou ao poder e não levou a revolução que tantos sonhavam assim como todos os vereadores, prefeitos etc. do PDT, por exemplo, passam longe das idéias do “socialismo moreno”. Aos poucos a prática desses partidos se tornou muito mais centrista em função da conjuntura neoliberal que vivemos. Observamos que aqueles que antes criticavam agora repetem os mesmos erros.

Com isso, os tucanos e seus amigos usam esta situação como mais um motivo para linchar o governo Lula, os movimentos sociais e os partidos de esquerda. Mas, será mesmo que essa centralização é culpa dos partidos ou é uma tendência em função do sistema em que vivemos?

Partidos menores, como PSTU, não se renderam a essa nova movimentação e mantém a postura de oposição, talvez porque não consigam ser partidos de massa, como o PT foi um dia e não têm participação expressiva no poder, com exceção do PSOL que mesmo com pouco tempo de vida conseguiu ter representações significativas com um senador e deputados estaduais e federais.

Por fim, percebemos que a esquerda brasileira vive sim; dividida em duas, é claro. Uma parte é muito radical deseja criticar tudo e a outra é muito confusa e não sabe se lê “O capital” ou come um BigMac.

A minha esperança ainda está nos movimentos sociais.

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