segunda-feira, 23 de julho de 2007

Politicamente correto.

Ano passado surgiu um novo tema que era tão polêmico quanto as cotas e que hoje em dia quase ninguém se lembra.
Os tais termos politicamente corretos que apareceram como uma forma de sanar todo o preconceito que envolvia os nomes e feriam diretamente as minorias.


Antigamente e até hoje em dia se você precisar descrever uma pessoa negra, como faria?Aposto que como qualquer brasileiro ia dar uma "travada" e soltar as palavras como: "Aquele de pele escura”, "preto”, "moreninho" ou "escurinho" com certo desconforto com todo aquele medo de ter sido racista.
O uso dessas palavras define uma divisão muito estreita entre o respeito e o preconceito.
Algumas já fazem parte do vocabulário popular e as vezes nem sabemos seu significado.


Um dia, meu pai em um dos seus sábios momentos me fez a seguinte pergunta:
-Sarah, se alguém tivesse que te descrever, como seria?
-Ah pai, com certeza iam falar que eu sou mulata.
-Então corre lá dentro e vai procurar o significado de mulata no dicionário.
E eu fui.


Mulato:
de mulo

Adj. e s. m.,
indivíduo ou designativo de indivíduo filho de pai branco e mãe negra ou vice-versa;
homem muito trigueiro;
moreno;

Ant.,
macho, filho de cavalo e de burra;

Leiria,
variedade de pêssego;
casta de figueira.


E ai ele me contou que o termo mulato surgiu não da idéia dos resquícios da união genética entre um negro e uma branca ou vice-versa. Mas surgiu a partir da opressão e da comparação desses filhos com mulas que eram considerados "esquisitices" da natureza em função da sua origem.
Aposto que muitos acham isso um exagero.


Eu tenho a certeza absoluta que mais da metade da população usa esse termo sem a intenção de ofender ou até mesmo sem saber a etimologia dele.


Na nossa língua existem muitos termos etimologicamente preconceituosos que usamos sem a intenção de desrespeitar, termos esses que são usados por puro hábito.


Será que isso não acontece com os termos que foram modificados para se tornarem politicamente corretos?


Não é a palavra ou seu significado, mas sim como ela é usada que a torna preconceituosa.


domingo, 1 de julho de 2007

"Você tem sede de quê?"

Como nós não vamos comentar o fato ocorrido com a doméstica na Barra?
Na verdade quem não está comentando?
Concordo com 100% da população e também acho um absurdo.
Outro absurdo é perceber a maneira como nós somos tão manipulados sem perceber.

Todos sabem dos fatos de trás para frente e esse caso é mais comentado do que ultimo capítulo de novela, assim como foi com o João Hélio.
A população fica revoltada e faz passeata contra a violência. Se passa 1 mês e após uma brutal exploração, a globo "encerra" o caso e não faz mais nada.
Essa atitude é tomada com a plena consciência de que rapidamente haverá outro caso brutal ou revoltante em que a população vai se chocar mais uma vez.
E assim continua a vida do nosso povo brasileiro.

Não tiro a gravidade dos dois casos aqui relatados mas aposto que enquanto essa situação se desenrola, ninguém se lembra do caso Renan que ainda corre no legislativo ou até dos problemas freqüentes e popularmente conhecidos da educação.
Ninguém fica revoltado,faz passeata e pede por justiça.

Por quê?
Porque existem pessoas que não querem isso.
Opa, existem empresas que não desejam isso.

Fica aqui o desejo de que essa sede se justiça não se direcione apenas para um lado mas para todos.

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